sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SARAMAGO...SEMPRE O MESTRE DE LANZAROTE!

A outra crise
By José Saramago

Crise financeira, crise económica, crise política, crise religiosa, crise ambiental, crise energética, se não as enumerei a todas, creio ter enunciado as principais. Faltou uma, principalíssima em minha opinião. Refiro-me à crise moral que arrasa o mundo e dela me permitirei dar alguns exemplos. Crise moral é a que está padecendo o governo israelita, doutra maneira não seria possível entender a crueldade do seu procedimento em Gaza, crise moral é a que vem infectando as mentes dos governantes ucranianos e russos condenando, sem remorsos, meio continente a morrer de frio, crise moral é a da União Europeia, incapaz de elaborar e pôr em acção uma política externa coerente e fiel a uns quantos princípios éticos básicos, crise moral é a que sofrem as pessoas que se aproveitaram dos benefícios corruptores de um capitalismo delinquente e agora se queixam de um desastre que deveriam ter previsto. São apenas alguns exemplos. Sei muito bem que falar de moral e moralidade nos tempos que correm é prestar-se à irrisão dos cínicos, dos oportunistas e dos simplesmente espertos. Mas o que disse está dito, certo de que estas palavras algum fundamento hão-de ter. Meta cada um a mão na consciência e diga o que lá encontrou.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

RESISTÊNCIA E LUTA NO BRASIL INTEIRO!

Trabalhadores do 1º turno da GM fazem paralisação contra demissões

FONTE: www.sindmetalsjc.org.br


Os trabalhadores da GM de São José dos Campos fizeram, na manhã desta terça-feira, dia 13, uma paralisação na entrada do 1º turno em protesto às 802 demissões anunciadas pela montadora nos últimos dias. Os metalúrgicos pararam a produção em uma hora, tanto no setor do MVA quanto na S-10, numa atividade que é a primeira de uma denominada “escalada de mobilizações” contra as demissões.

Os metalúrgicos aprovaram por unanimidade a exigência de que a empresa readmita os trabalhadores dispensados e conceda estabilidade no emprego a todos. Os trabalhadores ainda reivindicaram a atuação dos governos federal, estadual e municipal contra as demissões e em favor dos empregos dos metalúrgicos.

O Sindicato buscará negociar com a empresa o mais rápido possível. Uma nova assembléia com os trabalhadores do 2º turno deverá ocorrer ainda nesta terça-feira, por volta das 14 horas, no pátio da S-10 (portão 4).

Demissões
Nesta segunda-feira, em reunião com a direção do Sindicato, a montadora anunciou que demitirá 744 trabalhadores que têm contratos por prazo determinado ainda a vencer. Na última sexta, a empresa já havia dispensado 58 trabalhadores que tiveram o contrato encerrado naquele dia.

“É um absurdo que os empresários queiram que os trabalhadores paguem pelo preço de uma crise que não foram eles que criaram. Vamos à resistência e cobrar das autoridades uma atitude, porque, até agora, eles não fizeram nada em defesa do emprego”, destacou o diretor do Sindicato Vivaldo Moreira Araújo.

O Sindicato deve fazer novos pedidos de audiências com os governos federal, estadual e municipal para cobrar providências. Cartas estão sendo enviadas, desde o mês de novembro do ano passado, mas até o momento não houve nenhuma resposta.

O secretário-geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha, cobrou do presidente Lula uma postura firme. "Não dá para aceitar que o governo Lula dê bilhões de reais às montadoras e deixe os trabalhadores pagarem pela crise com demissões. Mais do que palavras, precisamos de ações concretas do governo federal", afirmou.

Segundo o dirigente sindical, a intenção é a de mobilizar toda a população contra as demissões. "Cada demissão em uma montadora, representa outras quatro na cadeia produtiva, ou seja, todos serão afetados com elas", afirmou.

O Sindicato também já articula uma campanha unificada com outros sindicatos em defesa do emprego dos trabalhadores e contra os ataques patronais diante da crise econômica.

Demissões poderiam ser evitadas
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a GM não precisaria demitir estes 800 trabalhadores. “Eles lucraram muito nos últimos anos e têm condições de manter os empregos. O que estamos assistindo é mais uma demonstração da ganância dos empresários”, disse Vivaldo.

Segundo o Sindicato, outra medida que poderia evitar os cortes em massa seria um decreto do governo que concedesse estabilidade no emprego aos trabalhadores e reduzisse a jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução salarial e sem Banco de Horas. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos é filiado à Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).