Israel promove pior massacre na Faixa de Gaza em 40 anos
Israel sela o ano de 2008 com mais um brutal ataque aos territórios palestinos. Na manhã desse dia 27 de dezembro, no mais violento ataque à faixa de Gaza nas últimas quatro décadas, aviões israelenses bombardearam a área e deixaram um rastro de destruição com mais de 200 mortos e 700 feridos. À noite, os bombardeios recomeçaram, atingindo uma mesquita e instalando novamente o pânico em Gaza.
Ao final do dia, os palestinos contabilizavam ao menos 227 mortos. A cada hora, os números sáo superados, aproximando-se dos 300. Além de Gaza, os povoados de Jan Younis e Rafah, ao sul da faixa, também foram atingidos. O governo de Israel, como de costume, tentou justificar a ação militar afirmando que os alvos eram instalações do Hamas. Os ataques, porém, foram realizados de forma indiscriminada em área urbana e densamente povoada. Entre as centenas de mortos havia mulheres e crianças.
As imagens de TV mostram cenas dramáticas de hospitais lotados e médicos desesperados, sem a mínima estrutura para atender as inúmeras vítimas da carnificina perpetrada por Israel. Corpos, alguns completamente destroçados, eram alinhados na rua, próximos aos escombros de prédios destruídos pelas bombas. “Há feridos e mártires em todas as casa e ruas. Gaza hoje foi pintada de sangue”, disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
O massacre ocorre poucos dias após o Hamas ter se recusado a renovar o cessar-fogo que vigorava há seis meses. A razão: Israel, ao contrário do prometido, manteve nesse tempo o bloqueio e os ataques ao território. O isolamento da área vem provocando uma verdadeira crise humanitária, ampliando o desemprego e a miséria entre a população palestina. Foi o castigo de Israel pelo fato de os palestinos terem dado a vitória ao Hamas nas eleições em 2006.
A direção do Hamas, por sua vez, afirmou que irá resistir “até o último sangue” às ofensivas. O partido conclamou os palestinos a impulsionarem uma terceira Intifada contra a dominação israelense.
Genocídio
Não satisfeito com o ataque covarde, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, afirmou que a ofensiva do Exército na faixa de Gaza “não será fácil e não será breve”. As forças armadas cogitam até mesmo um ataque por terra. “Há o tempo para o cessar-fogo, há o tempo para lutar; agora é o tempo de lutar”, afirmou cinicamente Barak, que denomina “lutar” o ato de despejar centenas de bombas sobre a população de Gaza.
A declaração do ministro israelense revela que os ataques ao povo palestino continuarão por mais tempo. É a política oficial do genocídio. “Pode levar tempo e cada um de nós deve ser paciente para que completemos a missão”, afirmou o atual primeiro-ministro Ehud Olmert. E qual missão seria essa? O fim do lançamento de mísseis palestinos ao sul de Israel, como garantem as autoridades? O discurso da ministra de relações exteriores, Tzipi Livni, dá uma pista. “Israel deve derrubar o Hamas e um governo sob minha direção o fará”, afirmou.
Livni é candidata ao cargo de primeira-ministra nas eleições que ocorrem dia 10 de fevereiro. Assim como Ehud Barak. O verdadeiro objetivo de Israel é, portanto, destruir o Hamas e submeter os palestinos a um controle ainda mais duro. O atual governo corre para atingir essa meta e angariar os dividendos políticos para as eleições. Com isso, tentam ainda reverter os escândalos de corrupção que marcam a gestão de Olmert.
O massacre revela, sobretudo, o caráter fascista do Estado de Israel, apoiado pelo imperialismo norte-americano. Israel, esse sim, utiliza o terror e os ataques em massa à população civil para manter e garantir a ocupação da Palestina.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
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